Gerardo Damasceno, Vitor Grilo e Samir Raoni (no telão) / Foto: 1Bando |
Vitor introduziu o debate explicando o que é a SEDA a nível nacional e sua chegada às regiões norte e nordeste. Damasceno prosseguiu falando sobre suas ações na Acartes. Entre os trabalhos desenvolvidos está o longa “Poço da Pedra” (2011), do qual foi diretor. De acordo com ele, O filme foi transmitido pela TV Diário e vai virar uma minissérie com dez capítulos, a ser veiculado na mesma emissora.
Na ocasião, Damasceno lembrou que essa busca por espaço e para que as ações sejam conhecidas pelo público não é de hoje. “Antes dos coletivos, haviam ONG’s que já lutavam pelo setor”, disse. Destacou a TV Tupi (atualmente TV Ceará), que, na década de 60, tinha uma escola de formação em dramaturgia, de onde saiu nomes como Renato Aragão, o Didi, e Emiliano Queiroz. “A gente teve que construir tudo sozinho e lutar para garantir a autosustentabilidade dos projetos da área”, afirmou o diretor.
Samir Raoni falou dos projetos junto ao Fora do Eixo e do seu trabalho como tuxaua (derivado de idiomas de etnias indígenas brasileiras, denomina a figura do articulador e mobilizador na aldeia). Na oportunidade, foi apontada a importância do Cultura Viva, programa criado pelo Ministério da Cultura (MinC) para estimular e fortalecer uma rede de criação e gestão cultural no país, tendo como base os Pontos de Cultura selecionados por meio de editais públicos. Cada projeto selecionado recebeu R$ 38 mil, em duas parcelas. Segundo Damasceno, alguns ainda não receberam a segunda parte do dinheiro. “Está havendo um desmonte do Cultura Viva e isso aconteceu com a mudança de governo”, observou.
Gerardo sugere que os agentes sejam aliados na construção de políticas para o setor. De acordo com ele, as instituições devem ficar atentas às modificações tecnológicas, estimular a criatividade dos mais jovens e lutar pela ampliação de editais para que mais coletivos possam trabalhar pelo audiovisual. “Você conseguir atingir o local onde mora já é um ganho”, frisa o articulador.
Grilo destacou o audiovisual na capital cearense. “A cena está propícia. Hoje temos a Vila das Artes, o curso de audiovisual da UFC [Universidade Estadual do Ceará] e diversos pontos de cultura na cidade”, afirmou o diretor da 1Bando. Ele acredita que deve haver um investimento em cineclubismo e produções independentes porque “daí pode sair uma grande película”, concluiu. Samir acrescentou que é necessário um novo diálogo. Destacou a importância das redes sociais na mobilização. “O trabalho colaborativo gera um potencial transformador”, disse o tuxaua.
- É importante que essas ações aconteçam para discutirmos como trabalhar o audiovisual independente no Brasil, concluiu Damasceno referindo-se à iniciativa da SEDA.
A 1ª Semana de Audiovisual Norte-Nordeste (SEDA N/NE), vai acontecer em Fortaleza (CE), na Vila das Artes (R. 24 de Maio, 1221 - Centro), de 19 a 24 de setembro de 2011. O objetivo é fomentar a produção audiovisual independente integrando formação, debate e mostras de filmes. A SEDA é uma ação do Circuito Fora do Eixo e, até o final deste ano, acontecerá em 40 cidades de todo o Brasil. A edição Norte-Nordeste é um a realização da 1Bando – Frente de Design e Audiovisual da Rede Ceará de Música (Redecem).
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